quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Fechamento da UPA para reforma em RP é parte das medidas de corte de gastos

Com fechamento anunciado para o dia de hoje, a UPA de Ribeirão Pires terá seu atendimento transferido para o Hospital São Lucas, onde funciona o Pronto Socorro Infantil, que há pouco tempo teve suas obras finalizadas.
O fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)  Santa Luzia é parte das medidas tomadas pela Prefeitura do município para corte e controle de gastos.
Também como medida para controle de gastos, na semana passada o atual prefeito da Estância, Saulo Benevides (PMDB) anunciou a exoneração de cinco secretários, 97 servidores comissionados, exonerados na quarta-feira. O corte pegou ainda os estagiários, 70 dos 120. Está prevista ainda a exoneração de outros seis secretários.
Outra medida que vem sendo tomada pela Prefeituta é a renegociação de débitos com fornecedores, um dos grandes problemas da gestão. Um exemplo que foi bastante citado, inclusive em noticiários televisivos, é o caso da empresa de Iluminação Pública, Ribeirão Luz, que em agosto deste ano anunciou que estaria legalmente rompendo contrato com a Prefeitura, já que a ausência de pagamentos pelo período de sete meses alcançava uma dívida de cerca de R$ 2 milhões.
Para o Paço, as medidas visam reduzir gastos com a máquina pública, estimando a economia de R$1,5 milhão até o final do ano.
Após dezenas de comentários movimentarem grupos de moradores de Ribeirão Pires nas redes sociais quanto ao suposto fechamento da Unidade de Pronto Atendimento Santa Luzia, a Prefeitura de Ribeirão Pires divulgou nota oficial sobre a situação.
“A Prefeitura esclarece que a informação correta é que o equipamento público será interditado temporariamente para reforma e todo o atendimento de urgência e emergência passará a acontecer no Hospital e Maternidade São Lucas, onde hoje já funciona o PS Infantil”, declarou.
Em contato com o secretário de Comunicação da Estância, Thiago Quirino, foi informado que nenhum dos serviços será prejudicado com a transferência do atendimento, já que a reforma na unidade hospitalar possibilitou a ampliação dos serviços, afirmando ainda que o hospital tem capacidade de atender a todo o municipio.
Questionado acerca da empresa que prestaria os serviços de reforma, valor a ser investido e prazo de término, Quirino informou que “como quem realizará o serviço será o próprio pessoal da Prefeitura, ainda não sabemos quanto será investido. Só saberemos quando as obras começarem”. As obras terão duração de 60 dias, com início hoje.
Quirino não falou em números, mas indicou que com o fechamento da unidade, 60% dos servidores que atuam na UPA serão exonerados, os demais devem ser transferidos para o Hospital e Maternidade São Lucas, onde serão concentrados todos os atendimentos.
A medida radical visa na verdade colocar as contas da Prefeitura em ordem. A Prefeitura estaria com uma dívida que pode alcançar até o final do ano R$ 150 milhões.
Poder Judiciário
Na tarde de ontem o Ministério Público, com base em denúncia feita pela Câmara e um Boletim de Ocorrência registrado por uma médica, passou a contestar o fechamento da UPA, analisando a viabilidade do serviço ser prestado apenas pelo Hospital São Lucas.
Até o fechamento desta edição a Prefeitura ainda não havia recebido notificação de que o fechamento havia sido proibido pela Justiça e se comprometeu a trabalhar de acordo com a determinação do Poder Judiciário.


Fechamento da UPA vira caso de polícia

Apesar do anúncio de fechamento previsto apenas para hoje, a UPA de Ribeirão Pires trabalha sem médicos plantonistas desde quinta feira, dia 7. Pacientes que procuravam a unidade eram encaminhados ao Hospital São Lucas, ou para a UPA de Rio Grande da Serra.
No início da tarde de quinta-feira uma médica da UPA registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Ribeirão Pires informando que desde as 19h daquele dia, até as 7h de ontem, dia 10, não havia escala de médicos para atendimento da população na unidade, informando que a diretora da UPA e o secretário de Saúde foram exonerados e não havia ninguém responsável pela saúde do município.
No início da madrugada de sexta-feira, dia 8, um desentendimento entre uma recepcionista, um enfermeiro e um conselheiro de Saúde terminou na Delegacia.
De acordo com Boletim de Ocorrência de natureza não criminal, o conselheiro de Saúde teria sido solicitado para verificar a remoção de pacientes e possível fechamento da Unidade e funcionários do local se declararam ofendidos com sua abordagem.

Via Folha de Ribeirão Pires

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