A paralisação de 430 funcionários da Eaosa (Empresa Auto Ônibus de Santo André) e da Viação Ribeirão Pires entra hoje no seu quarto dia. A greve ganhou força com a adesão de mais uma empresa, a Viação Triângulo, na tarde de ontem. Esta é a quarta vez que a categoria suspende as atividades num período de três meses. Pelo menos 25 mil passageiros da região são prejudicados pela interrupção de circulação de 17 linhas intermunicipais que ligam o Grande ABC à Capital.
Ontem, após negociações fracassadas, motoristas e cobradores das empresas decidiram em assembleia permanecer com os braços cruzados até as empresas quitarem o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), que deveria ter sido paga no dia 30 de setembro, e também do tíquete alimentação.
“O único posicionamento das empresas foi dizer que eles não têm dinheiro para pagar e estão correndo atrás. Enquanto isso, a categoria vai permanecer em greve”, disse o Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC).
A equipe do Diário esteve ontem pela manhã na estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em Mauá e constatou o maior fluxo no sistema devido à presença de usuários das linhas intermunicipais, que utilizaram o trem como alternativa para se deslocarem do município.
Estagiária na Capital, a estudante de Jornalismo Caroline Soares, 26 anos, relata que o fluxo nos vagões aumentou, dificultando a passagem dos usuários. “Já era lotado normalmente, agora piorou”, salienta.
“Eu pegava duas conduções para chegar no trabalho, agora tenho de pagar mais uma”, desabafa Maria Leido, 36, que trabalha em Santo André. “Estou chegando atrasada, porque o percurso é maior e os trens demoram muito. Mais uma vez a população é prejudicada.”
Em nota, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou que tem autuado as empresas por não cumprimento da tabela horária. Além disso, reforçou que, em seu portal, tem disponibilizado alternativas de mobilidade aos usuários, como linhas municipais e a linha da CPTM.
Via DGABC.
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