terça-feira, 18 de outubro de 2016

Keiper, de Mauá, pede recuperação judicial

O futuro da Keiper, fabricante de bancos automotivos de Mauá, apesar de incerto, depende de sua recuperação judicial. Segundo apurou a equipe do Diário, não existe a possibilidade de a empresa fechar as portas até o desfecho do processo. O futuro da autopeça depende de plano de recuperação, que está em desenvolvimento pela companhia de consultoria e auditoria PwC (PricewaterhouseCoopers). A apresentação da estratégia de retomada e de pagamento de seus fornecedores e colaboradores pode levar até 120 dias, que ainda não passaram a contar. Assim, a empresa continua operando.

Em entrevista ao Diário, em setembro, o CEO da Keiper, Marino Mantovani, afirmou que o passivo da empresa, considerando os valores de rescisão de contrato e quantias devidas a fornecedores e transportadora, entre outros, totaliza R$ 32 milhões.

A empresa atravessa grandes dificuldades, já que após a rescisão de contrato com a Volkswagen, foram perdidos 85% dos negócios da empresa. Em seguida, a Johnson Controls, que responde por Ford e Toyota, também rompeu seus contratos.
Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Adilson Torres, o Sapão, com a única cliente que restou, a empresa não consegue arcar nem com 50% das despesas obrigatórias da planta de Mauá. “Se a Keiper não conseguir novos negócios, não se manterá. A porcentagem da Mitsubishi é muito pequena.”
Ontem, o sindicato e a Keiper se reuniram para discutir o encaminhamento da verba bloqueada que a empresa tem para receber (R$ 7,2 milhões) da Volkswagen, referente à venda dos bancos em estoque que não foi consolidada.
Segundo Sapão, foi combinado que a verba servirá para pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores de São Paulo e Araçariguama – os de Mauá e Ribeirão Pires já receberam. O que sobrar do montante será dividido para pagar a multa de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que está a haver a todos os 724 demitidos, sendo 300 na região. O valor, no entanto, será suficiente para cobrir apenas 30% dos 40% da autuação. Diante do cenário, os operários programam para hoje manifestação para reivindicar o restante das verbas rescisórias.
OUTROS CASOS - Para citar alguns exemplos de empresas que pediram concordata, a Arteb, fabricante de luminárias automotivas com unidades em São Bernardo e Diadema, ingressou com solicitação em fevereiro, com R$ 70 milhões em dívidas. A Karmann Ghia, de São Bernardo, que atua nas áreas de estamparia e ferramentaria, possui passivo total de R$ 300 milhões.
A gráfica Prol, de Diadema, por sua vez, teve pedido de falência extinto porque passaram a entrar serviços e a dívida começou a ser paga. 
Via DGABC

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