quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Alunos desenvolvem aplicativo que alerta sobre áreas de riscos

Com a aproximação do período de chuvas mais intensas, os moradores de áreas de risco já temem possíveis deslizamentos de terra e alagamentos. Pensando nessas pessoas, grupo de três alunos da Etec (Escola de Tecnologia) de Mauá criou um aplicativo cujo objetivo é justamente alertar seus usuários, caso eles estejam em locais vulneráveis do município. Durante a décima edição da Feteps (Feira Tecnológica do Centro Paula Souza), o projeto foi contemplado com prêmio na categoria Informática e Ciências da Computação.

A plataforma, batizada de Mardi (Mapeamento de Área de Risco de Deslizamento e Inundação), utiliza recursos de localização, monitoramento geolocalizador, que indica as áreas de risco da cidade, e informativos em tempo real sobre os índices pluviométricos. Com a união dessas informações, obtidas a partir de dados da Defesa Civil e do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), o aplicativo é capaz de enviar alerta para quem possa estar em um dos lugares considerados propícios a enchentes e desbarrancamentos.

Os estudantes do 3º módulo de informática de Etec de Mauá Marcelo Lopes Soares, 17 anos, Guilherme de Oliveira, 18, e David Calazans, 20, idealizaram o projeto, motivados por suas próprias realidades.
Soares, por exemplo, mora no Jardim Zaíra 4 e afirma que constantemente presencia a apreensão dos vizinhos com as chuvas. “Quando a ideia surgiu, em março deste ano, as chuvas estavam muito fortes. Vimos imagens que nos deixaram em choque. Muitos entravam em desespero já quando as nuvens escureciam. E várias pessoas tiveram que deixar suas casas por conta do risco de deslizamento”, fala o jovem.
De acordo com levantamento feito pela Defesa Civil, no ano passado, 145 famílias mauaenses viviam em áreas com perigo de deslizamento iminente. Durante as pesquisas acerca do público a quem o aplicativo interessaria, os alunos entrevistaram moradores da cidade e constataram que um dos principais problemas é a falta de informação. “Vimos que em alguns casos o indivíduo não tem conhecimento do perigo que corre. Durante a explicação do nosso produto, sempre relembro o caso de um homem de São Paulo que foi levado pela correnteza ao tentar sair do carro durante uma enchente”, explica Soares.
Outro que convive com os riscos é Calazans, que reside no Jardim Primavera, em Mauá. Segundo ele, a maior problemática do bairro são as enchentes, que preocupam os moradores e trazem diversos problemas. “O principal ponto daqui é a Avenida Capitão João. Quando chove forte, as inundações atrapalham a vida de todos. Muitos pontos ficam intransitáveis.”
Durante a Fetesp, que ocorreu entre os dias 19 e 21 de outubro, vários grupos apresentaram seus projetos. Por coincidência, a categoria mais concorrida era a de Informática e Ciências da Computação, na qual 55 trabalhos disputavam o prêmio. Quando chegou ao local do evento, Oliveira revela que se impressionou com a qualidade dos produtos em exposição. “Tinha muitos robôs e outras coisas que pareciam bem mais desenvolvidas que nosso aplicativo. Fiquei muito surpreso quando nos anunciaram como os vencedores. Fiquei muito feliz.”
Sobre o futuro do Mardi, os alunos afirmam que o aplicativo está parado, pois faltam parceiros, inclusive o Cemaden, que, de acordo com os estudantes, não respondeu às solicitações sobre o envio de dados para a plataforma.
Segundo a Prefeitura de Mauá, a Secretaria de Habitação atualmente tem diversas frentes de atuação no sentido de eliminar situações de risco na cidade. As áreas mais críticas são Chafik, Macuco, Oratório e Cerqueira Leite.
O Paço destacou que todas as famílias moradoras em risco alto e muito Alto no Jardim Cerqueira Leite foram atendidas nos Conjunto Habitacionais Mauá 1 e 2 construído pelo Programa federal Minha Casa, Minha Vida. O assentamento é objeto de intervenção pelo PAC e aguarda-se liberação do governo federal para início da urbanização.
A administração municipal destaca que atualmente a Prefeitura atende pelo Programa Bolsa Aluguel aproximadamente 1.000 famílias. Esse número apresenta certa pendularidade, tendo em vista os atendimentos definitivos e novas inclusões de famílias no referido programa.
Via DGABC

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