Em protesto contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 55, que limita os gastos públicos, e também pelos cortes orçamentários destinados à Educação, grupo de estudantes do campus Santo André da UFABC (Universidade Federal do ABC) ocupa reitoria da instituição de Ensino Superior. A ação pacífica, aprovada em assembleia realizada na tarde quinta-feira, também condena o encerramento das atividades da EPUFABC (Escola Preparatória da UFABC) em Mauá, anunciado na semana passada em virtude da crise financeira vivida pela universidade.
Segundo integrantes do movimento, que conta com o apoio de 300 alunos e de grupo de funcionários da instituição de Ensino Superior, a expectativa é que a ocupação consiga fazer com que as reivindicações do grupo sejam atendidas, incluindo possível diálogo entre a reitoria da UFABC com o corpo estudantil a respeito dos temas que motivam a manifestação. “Eles (reitoria) são a ponte para que nossas pautas sejam levadas para frente”, avalia o presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) Junior Magalhães, 27 anos.
Segundo o líder estudantil, o movimento visa garantir a manutenção de investimentos para a universidade. “Mais do que a luta contra a PEC 55, que pode trazer danos sérios aos investimento na Educação Básica e na Superior, nossa ocupação visa conseguir a garantia de manutenção de projetos da universidade que estão em risco.”
Estimativa da universidade federal aponta que o valor repassado pelo MEC (Ministério da Educação) para 2017 será de R$ 38 milhões para custeio e R$ 27 milhões para obras. O ideal, segundo a instituição de Ensino Superior, seriam R$ 80 milhões e R$ 105 milhões, respectivamente. O valor é 22,45% menor do que o de 2016, quando a universidade recebeu R$ 49 milhões para manutenção e R$ 42 milhões para investimento.
Conforme a reitoria da UFABC, que neste ano completou dez anos de atuação, a ocupação estudantil tem se mostrado “pacífica e sem prejuízo às atividades didáticas”. Ontem pela manhã, o reitor Klaus Capelle chegou a dialogar com os jovens e recebeu do grupo a pauta do movimento. Em nota, a universidade destacou que irá “acompanhar a mobilização.”
O MEC declarou que o corte orçamentário anunciado pelo grupo de estudantes é precipitado, tendo em vista que o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) segue no Congresso Nacional para aprovação.
De acordo com o ministério, o governo Michel Temer (PMDB) “recompôs a programação orçamentária para as universidades federais em 15%, ampliando de R$ 1,2 bilhão para R$ 6,7 bilhões”.
Via Diário do Grande ABC
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