Apesar do acirramento e da disputa intensa pela Prefeitura de São Caetano, a bancada de vereadores eleitos pelo PMDB, do atual prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), que perdeu a reeleição no dia 2, tende a compor a base de sustentação do chefe do Executivo eleito, José Auricchio Júnior (PSDB), na Câmara. Oficialmente, os peemedebistas pregam cautela sobre o assunto, mas nos bastidores sabe-se que não há disposição no partido em fazer oposição ferrenha ao tucano.
Com diversos nomes de peso na chapa, o PMDB conseguiu abocanhar três das 19 cadeiras do Legislativo: reelegeu Sidão da Padaria e Pio Mielo e devolveu mandato à ex-vereadora Suely Nogueira. Nenhum deles, porém, sinalizou que vai se opor à futura gestão Auricchio. Sidão foi presidente da Câmara entre 2011 e 2012, nos dois últimos anos do segundo mandato de Auricchio (entre 2009 e 2012), com patrocínio do então governo. À época, a escolha de sua candidatura quebrou hegemonia do PTB (partido ao qual Auricchio era filiado) no comando da Casa. À frente dos trabalhos legislativos, Sidão abriu caminho para projetos considerados estratégicos para a gestão de Auricchio, como a implementação da polêmica Lei Cidade Limpa.
Pio, por sua vez, partirá para o segundo mandato e o que se comenta nos corredores da Câmara é que o peemedebista não vislumbra protagonizar turbulências na Casa durante a próxima legislatura. Segundo vereador mais votado da cidade – recebeu 2.694 votos –, o parlamentar é cotado para representar o grupo do atual governo na disputa pela presidência da Casa no biênio 2017-2018. “A futura bancada do PMDB ainda vai tomar uma decisão conjunta sobre se será oposição ou não na próxima legislatura. Porém, já há um consenso de que precisamos ser a favor da cidade”, despistou Pio, que também negou ambição em concorrer à sucessão de Paulo Bottura (PTB) no comando da Câmara.
Já Suely Nogueira foi vereadora entre 1997 e 2004 pelo PTB, durante os dois últimos mandatos de Luiz Olinto Tortorello, no mesmo grupo que idealizou o projeto de candidatura de Auricchio ao Palácio da Cerâmica.
Nilson Bonome, secretário de Governo de Pinheiro e um dos principais nomes do PMDB na região, admitiu que não há orientação do partido para que a sigla vire pedra no sapato do futuro prefeito. “Os vereadores do PMDB e os demais eleitos (pela coligação de Pinheiro) não têm de fazer oposição por oposição. Têm que adotar postura inteligente, de fiscalização ao governo, mas desde que não prejudique a população”, avaliou.
Presidente do PMDB local e filha de Pinheiro, Gica Pinheiro não foi localizada para comentar o assunto.
Via Diário do Grande ABC
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