Nesta quarta-feira (23), a professora de
matemática da Escola Estadual República Nicarágua (foto), localizada na divisa
de Santo André com a zona leste de São Paulo, Daniela Nicolau, foi covardemente
agredida por um aluno do 2° ano do Ensino Médio durante o intervalo. O motivo
da brutalidade foi a nota baixa do aluno, que culpou a professora pelo descaso
dos estudos.
De acordo com informações dos alunos da instituição, durante a
aula um aluno iniciou uma discussão e começou a xingar Daniela, que logo em
seguida chamou a diretora para retirar o estudante de sala. Enquanto era levado
à direção, ameaçou Daniela diversas vezes, aos gritos. No horário de intervalo,
a diretora liberou o estudante, que aguardou a professora no pátio.
Ao avistar a docente, começaram as agressões físicas, com socos na
costela. O aluno deu uma rasteira fazendo com que a professora caísse e batesse
a cabeça no chão. Em seguida, funcionários da escola ligaram para o resgate e
Daniela foi socorrida e levada ao Hospital Brasil, em Santo André, onde foi
constatada com costela trincada e hematomas na cabeça. A docente permanece
internada com estado de saúde estável. Já o estudante de 17 anos, morador do
Jardim da Conquista, em São Paulo, foi encaminhado ao 69° Distrito Policial
para prestar esclarecimento e foi liberado em seguida.
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lamenta o
fato ocorrido e informa que a professora em questão foi prontamente atendida e
levada ao hospital mais próximo, acompanhada do vice-diretor da escola. A
Diretoria ainda informa que de acordo com o regimento interno da unidade, o
Conselho Escolar irá se reunir nos próximos dias para definir as medidas que
serão tomadas em relação ao aluno.
Nas redes sociais, familiares, jovens e alunos se sensibilizaram
com o caso e prestaram homenagem com publicações utilizando a hashtag “Somos
todos Professora Daniela”. De acordo com um dos alunos da escola, parte dos
estudantes foi para a instituição com roupas brancas e espalhou cartazes com dizeres
a favor da paz nas escolas e redes de ensino. Em contrapartida, alguns jovens
utilizaram as redes sociais para disseminar ironias e comentários abusivos
contra professora como “rodo nela” e “será zoada até 2052” para zombar o
acontecido.
Para o presidente do Sindicato dos Professores do ABC (SINPRO),
José Jorge Maggio, as agressões são reflexo da desvalorização dos professores e
falta de reestruturação no ambiente de trabalho. “O Estado ainda é falho com as
políticas de valorização aos docentes. As saulas de aula permanecem super
lotadas, falta política educacional, falta reestruturação coletiva nas escolas.
E infelizmente com a PEC 241 de congelamento de salários a previsão é que a
situação piore e cause estas situações extremas de depressão e descontentamento
dos funcionários”, explica.
Maggio reitera ainda que o Sindicato está apostando fortemente em
novas propostas ao Fórum Regional de Educação para contribuir com benfetorias e
resoluções a estas circunstâncias. “Hoje o professor é visto como o faz tudo,
além do docente é o profissional que coloca os alunos pra dentro da classe e
mantém a escola. Precisamos de uma reestruturação no ambiente escolar”.
Via Repórter Diário
Via Repórter Diário
0 comentários:
Postar um comentário