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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Condephaat tomba Fábrica de Sal de Ribeirão Pires

A Fábrica de Sal de Ribeirão Pires é a segunda mais antiga do país (Foto: Carlos Carvalho)


Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) decidiu pelo tombamento da Fábrica de Sal, em Ribeirão Pires. A decisão foi tomada em reunião realizada pelo conselho nesta segunda-feira (12). O tombamento incide sobre o perímetro que inicia na esquina leste da Avenida Humberto de Campos com a Rua Major Cardim, entre a via férrea da antiga São Paulo Railway – hoje linha 10 da CPTM – atingindo também a Avenida Santo André, onde se destacam o corpo central do edifício e sua chaminé.

Nascida como Molino di Semole Fratelli Maciotta (Moinho de Trigo Irmãos Maciotta), a edificação foi construída em 1898, durante o período da industrialização paulista, em conjunto com a estação Ribeirão Pires da São Paulo Railway, também tombada.  Sua localização estratégica, junto à ferrovia, e a proximidade do Porto de Santos, na Baixada Santista, facilitavam o transporte dos grãos importados e do produto acabado. Os vários usos do local ao longo do tempo exemplificam a dinâmica de possibilidades de ocupação do edifício, que possui planta ampla e livre. O uso mais prolongado e que caracteriza o edifício – a Fábrica de Sal – teve início por volta de 1950, com a instalação da Indústria e Comércio Carmine Cotellessa S.A., ativa até 1994.

Segundo Deborah Neves, historiadora da UPPH (Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico da Secretaria da Cultura do Estado), o edifício é um importante exemplar da arquitetura industrial voltada à produção de alimentos. O local também se configura como representante de pequenas indústrias constituídas com baixo capital privado estrangeiro. “O tombamento pode estimular a produção de conhecimento acerca dos municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, sempre ligados à história da Capital. Há dinâmicas muito particulares destes municípios que podem trazer ainda mais conhecimento e compreensão para a história do Estado, especialmente no tema do patrimônio industrial”, completa a pesquisadora.
Com a decisão, se finda a última esperança do prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), para a construção de um shopping no terreno onde fica a Fábrica de Sal. O fato causou muita polêmica na Câmara durante esta ano, inclusive com vários protestos no Legislativo que não colocou em votação a proposta do Executivo para ceder o terreno para a iniciativa privada.

Via Repórter Diário

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