Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a manutenção
do indicador acima do nível neutro de 50 pontos por dois meses seguidos é uma
boa notícia, por este ser um componente essencial para a retomada econômica.
"É a confiança que induzirá o investimento por parte das empresas,
gerando empregos e estimulando o consumo, hoje em baixa por causa da recessão.
No entanto, a consolidação da melhora da confiança dos empresários depende de
dois cenários que ainda são fontes de incertezas: avanço das reformas
debatidas no Congresso e de um ambiente externo favorável", pondera
Pinheiro.
O Indicador de Confiança do SPC Brasil e da CNDL é baseado nas avaliações dos
micro e pequenos empresários sobre as condições gerais da economia brasileira
e também sobre o ambiente de negócios, além das expectativas para os próximos
seis meses tanto para a economia quanto para suas empresas.
Para 67% dos MPEs economia piorou nos últimos meses, mas expectativas
melhoram
O subindicador de Condições Gerais cresceu no último mês de novembro, mas
permanece abaixo do nível neutro de 50 pontos. Na comparação anual, entre o
último mês de novembro e o mesmo período de 2015, o indicador saltou de
21,5 pontos para 30,8 pontos na escala. Já na comparação mensal, passou
de 30,4 pontos para os atuais 30,8 pontos.
Em termos percentuais, 67,1% dos micro e pequenos empresários acreditam que a
situação da economia piorou nos últimos três meses e 58,9% consideram que a
situação do seu próprio negócio passou a enfrentar dificuldades neste mesmo
período considerado.
Mesmo diante de um retrospecto ruim, tanto da economia quanto dos negócios,
as perspectivas para o futuro apontam para uma melhora. Em novembro,
o subindicador de Expectativas alcançou 64,8 pontos, índice bastante
acima do resultado observado no mesmo mês do ano anterior, quando registrara
50,8 pontos, mas um pouco inferior a outubro, quando marcou 65,7 pontos.
"A conclusão a que se chega é que, mesmo diante de um cenário ruim,
muitos empresários nutrem esperanças para o futuro da economia e, em
particular, do seu negócio. A percepção geral é de que a situação econômica
continua bastante aquém do ideal, com consumidores e empresários passando por
dificuldades, cenário idêntico ao do ano passado. O que se pode apontar, por
ora, é o início de um processo de reversão de expectativas", explica
Honório.
Em termos percentuais, 64,6% dos micro e pequenos empresários se dizem
confiantes no desempenho de seu negócio nos próximos seis meses e 58,5%
manifestam confiança no desempenho da economia. Entre aqueles que manifestam
otimismo com a economia, a maior parte, contudo, não sabe explicar suas razões.
Dizem apenas acreditar que as coisas irão acontecer (38,5%). Há também os que
mencionam os sinais de melhora de alguns indicadores econômicos (31,4%) e os
que acreditam a crise política será resolvida (14,1%). Mais da metade dos
micro e pequenos empresários (50,5%) acredita que o faturamento de suas
empresas irá crescer nos próximos seis meses. Apenas 6,2% projetam queda nas
receitas durante esse intervalo.
Dentre os 17,9% de entrevistados que manifestam pessimismo com a situação
macroeconômica do país, as incertezas políticas são a razão mais citada para
a falta de confiança (43,4%). Entre os que apresentam expectativas positivas
com relação ao seu negócio, novamente uma parcela expressiva não sabe
explicar a razão de seu otimismo (35,0%). Destacam-se também os 25,3% que
veem sinais de melhora de alguns indicadores econômicos e os que dizem estar
fazendo uma boa gestão do próprio negócio (19,5%). "O fato de o próprio
negócio inspirar mais confiança do que a economia é resultado de que os
entrevistados têm controle de sua empresa, mas não podem controlar a
economia. Assim, diante da adversidade, o empresariado tende a acreditar que
pode promover ajustes para atenuar o impacto da crise", afirma o
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Metodologia
O Indicador e suas aberturas mostram que houve melhora quando os pontos
estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo
de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A
escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que
todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos
negócios "pioraram muito"; 100 indica a situação limite em que
todos os entrevistados consideram que as condições gerais "melhoraram
muito".
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