Crimes apontados pela PF vão de corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Cabral está preso em Bangu 8, Zona Oeste do Rio
O ex-governador do Rio de
Janeiro Sérgio Cabral, preso na Operação Calicute (Reprodução)
A Polícia
Federal informou
nesta sexta-feira que encerrou em 30 de novembro, última quarta-feira, o
inquérito relativo à primeira fase da Operação
Calicute, desmembramento da Operação
Lava Jato deflagrado em 17 de novembro. Dezesseis pessoas, incluindo o
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral(PMDB),
foram indiciadas por crimes que vão de corrupção passiva e ativa, organização
criminosa a lavagem de dinheiro.
A PF anunciou ainda que serão
instaurados outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes
da investigação. Entre os crimes que poderão ser investigados mais adiante,
está a concessão de incentivos fiscais pelo Estado do Rio de Janeiro a empresas
privadas, como joalherias, e sonegação fiscal.
Cabral foi preso na Calicute sob
acusação de comandar um esquema de corrupção que teria desviado cerca de 224
milhões de reais em obras públicas durante seu governo (de janeiro de 2007
a abril de 2014). O peemedebista está detido no presídio de Bangu 8, na Zona
Oeste do Rio. Outros nove acusados, entre eles ex-secretários de Estado, também
estão na prisão.
A advogada e ex-primeira-dama
Adriana Ancelmo também é investigada. O casal é acusado de ter comprado cerca
de 6 milhões de reais em joias, em suposta operação de lavagem de dinheiro da
propina que teria sido paga por empreiteiras como Andrade Gutierrez, Carioca
Engenharia e Delta. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal também
colheram indícios de que o escritório de Adriana, o Ancelmo Advogados, também
foi usado para lavar dinheiro de Cabral.
A Operação Calicute é baseada em
delações dos executivos da Andrade, da Carioca, que revelaram que 5% dos
contratos com o governo Cabral eram destinados ao bolso do peemedebista. Em
depoimento à PF, Sérgio Cabral negou os crimes.
Na ocasião, tiveram a prisão
decretada, além do ex-governador, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho
(ex-secretário de Governo), Hudson Braga (ex-secretário de Obras), Carlos
Emanuel de Carvalho Miranda (sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação e
apontado como recebedor de dinheiro sujo), Luiz Carlos Bezerra (ex-assessor da
Presidência da Alerj), José Orlando Rabelo, Wagner Jordão Garcia (ex-assessor
do governador), Luiz Paulo Reis, Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves
(ex-assessor de Cabral e acusado de ser seu “laranja”) e Alex Sardinha da
Veiga. Adriana Ancelmo foi uma das conduzidas coercitivamente.
com Estadão Conteúdo
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