Após oito meses de
investigação, policiais de Santo André conseguiram apreender, nesta
quarta-feira (30/11), mais de 30 armas de vários calibres e milhares de
munições que eram comercializadas para facções e grupos criminosos para
realizar assaltos a banco, roubo à caixa eletrônico, de carga e de carro forte.
Entre os variados tipos de munições estão a calibre ponto 50, conhecida por
derrubar helicóptero e perfurar carro forte, 556 que é usado no fuzil R-15, 762
de fuzil restrito das forças armadas, balas que furam coletes e a munição RIP,
proibida no Brasil.
“A letalidade dessa munição RIP
é de 100%. Ela entra girando, se divide e se transforma em vários projéteis.
Mas, no geral, o volume de munições encontrado é algo descomunal, um verdadeiro
arsenal para abastecer uma guerra. São tantas munições que não conseguiremos
contar, apenas pesar”, explicou o delegado titular da Seccional de Santo André,
Hélio Bressan. A polícia acredita que a munição RIP tenha chegado por aqui via
Paraguai ou Bolívia.
As armas e munições foram
encontradas na Zona Leste de São Paulo e em bairros como Vila Aricanduva,
Paraisópolis, Vila Matilde e no Zaíra, em Mauá. Nesses mesmos bairros, oito
pessoas foram presas acusadas de comercializarem ilegalmente as armas e
munições. Entre eles há dois PMs (Policiais Militares). Um trabalha na reserva
de armas da polícia e é acusado de desviar armamento da PM para o mercado
negro. O outro moro com o pai, que tem envolvimento com a quadrilha, e no
quarto dele foi encontrada grande quantidade de armas e munições.
Além dos milhares de munições,
os policiais encontraram silenciador, arma com mira telescopia, mais de 30
armas, entre eles fuzis, pistolas e revólveres. Também nos endereços foram
encontrados pólvoras, estojos e cápsulas, pois em dois dos sete endereços, onde
os policiais realizaram as buscas e apreensões, foram encontrados galpões onde
a quadrilha fabricava as próprias munições.
“Eles tinham maquinário para
produção. Em tese esse maquinário, é preciso ter autorização do Exército para
ter. Alguém roubou ou desviou essa autorização para conseguir esse maquinário”,
explicou o delegado titular do 5º DP (Distrito Policial) de Santo André, Edson
Carlos Tavares. Como não tem número de rastreio, não é possível descobrir a
origem do maquinário.
INVESTIGAÇÃO
A operação denominada de
Galileia, contou com a participação de 10 delegados e 75 agentes policiais. A
operação se iniciou em março deste ano quando a polícia começou a investigar a
venda ilegal de arma. Nos três primeiros meses de investigação a polícia
prendeu três membros da quadrilha, parte dela em Mauá, inclusive o cara
apontado como o cabeça do esquema.
Porém, mesmo após as prisões, o
grupo prosseguiu com as negociações. Agora, após essas novas apreensões e
prisões, a polícia prosseguirá com as investigações para tentar prender os
demais membros da quadrilha. “A investigação, basicamente está no começo, agora
vamos prosseguir para tentar localizar para quem as armas eram vendidas”,
destacou o delegado Bressan.
Por: Claudia
Mayara (ABCDMaior)
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