A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, uma das maiores instituições de música do Brasil, sofre grave risco de extinção por decisão do Governo Estadual.
Reprodução internet
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Desde o final de 2016, os músicos já recebiam sinais de que o
fim da Banda poderia acontecer no começo de 2017, uma vez que não havia verba
prevista para o grupo no orçamento da Secretaria de Cultura para este ano. Após
um concerto protesto realizado na sede da Alesp, uma emenda parlamentar de R$ 5
milhões foi aprovada para impedir as demissões de janeiro.
O Governo do Estado, contudo, contingenciou a verba já
conquistada pela Banda. Sem receber mais repasses estaduais e tampouco possuir
previsão de liberação de verbas para manutenção dos músicos, é provável que o
Instituto Pensarte (organização social gestora do grupo) realize demissões já
na próxima semana.
Os músicos irão realizar um concerto protesto nesta sexta, 27,
às 12h, na frente da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo (rua Mauá,
51, Luz).
Segue o pronunciamento do grupo registrado no evento criado para
divulgar o protesto no perfil da Banda no Facebook (https://www.facebook.com/events/1326418880752743/).
"No final do ano passado, todos vocês acompanharam a luta
que tivemos para tentar salvar a Banda Sinfônica diante das ações de corte não
justificáveis (o orçamento necessário para manter a banda é irrisório diante do
orçamento do Estado de São Paulo) propostas pelo Governador Geraldo Alkimin e a
Secretaria de Cultura do Estado, comandada por José Roberto Sadek.
Após muita luta, na sequência de nosso concerto protesto nos
salões da Alesp, conquistamos uma importante vitória: uma emenda parlamentar de
R$ 5 milhões. Essa medida, uma emenda aglutinativa, precisa de aprovação de 2/3
da câmara para sair. Ou seja: a maioria dos deputados estaduais concorda que a
Banda devia continuar e que o orçamento para nos manter funcionando está
disponível nas contas do Estado. Esse valor seria suficiente para manter a
banda funcionando e evitar demissões, pelo menos nos primeiros meses deste ano.
Não era a solução definitiva, mas com certeza foi a promessa de um respiro
aliviado para negociarmos a continuidade da banda.
Infelizmente, o Governo se parece disposto a desrespeitar até o
acordo firmado entre os parlamentares: a Banda ficou ciente hoje, em reunião
com o Secretário José Roberto Sadek, de que o dinheiro da emenda se encontra em
contingência decretada pelo Governador. Essa verba que seria crucial para a
existência da Banda foi vítima de uma decisão arbitrária de um Governo que
decidiu voltar atrás em sua própria palavra (vale lembrar que o líder do
Governo na Alesp, o deputado Cauê Macris, fazia parte da comissão que recebeu a
emenda parlamentar, assim como o presidente da Alesp, Fernando Capez. Ambos
fazem parte do partido do Governador. Ou seja: esse aporte financeiro foi
designado para a banda com ciência e aprovação do Governo na Alesp. Ali,
naquele momento, a Banda também recebia a mensagem de que o Governo se
comprometia a manter a Banda, mesmo que por emenda neste primeiro momento). A
Banda não vai se extinguir sem luta. O apoio de todos é essencial neste momento.
Um concerto protesto da Banda na frente da Secretaria de Cultura
do Estado (Rua Mauá, 51 - Luz, São Paulo) está previamente marcado para amanhã,
sexta-feira, às 12h. Contamos com a presença de todos que puderem comparecer. E
também pedimos mais uma vez que todos compartilhem essas publicações. As
próximas horas e dias serão cruciais para a sobrevivência da Banda. E nós não
vamos deixar esse patrimônio cultural acabar sem protestar. Nossa voz precisa
ser ouvida: a população do Estado merece acesso a cultura e nossos músicos
merecem ter uma plataforma para tocar.
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