Guardas teriam ameaçado recolher os alimentos caso os voluntários fizessem uso do palco para alimentar as pessoas
Café é sempre servido
na Praça
Pela segunda vez em uma semana, guardas municipais de
Ribeirão Pires estão envolvidos em ocorrência ligada a moradores em situação de
rua. Na madrugada do dia 17, os guardas foram acusados de retirar à força
pessoas que utilizavam o palco da Praça Central como local para dormir, agora,
voltam a ser alvo de reclamações, por conta de terem impedido voluntários de
distribuir café da manhã para esses moradores que estavam junto ao mesmo palco.
A internauta Juliana Lina, postou o ocorrido no grupo Pensar Ribeirão
Pires.
“Bom dia gente..... alguém sabe quem é responsável pela
Praça... hoje como de costume realizamos café da manhã para os moradores de rua
e usamos o palco só para servir...não fica nada sujo e hoje os guardas não
deixaram e falaram que se a gente não sair, levam nossas coisas apreendidas...
falaram que é patrimônio público.... se é público por que não podemos usar????
Não tem show nenhum hoje.... não iria atrapalhar nada da cidade.....alguém sabe
quem é responsável?”, dizia a postagem.
O relato tomou as redes sociais e cobranças foram feitas ao
Governo. Algumas autoridades saíram em defesa da Prefeitura (leia reportagem
abaixo).
A distribuição de alimentos pelos voluntários é prática
comum, sem registros anteriores de qualquer intimidação. O café normalmente é
servido ao lado do posto do Atende Fácil, próximo ao Terminal Rodoviário do
município.
Questionada sobre o ocorrido, a Prefeitura se omitiu, e não confirmou nem negou a ação da Guarda Civil Municipal (GCM).
“A Secretaria de Segurança Pública solicita que toda a denúncia seja encaminhada para a Ouvidoria (156) ou diretamente na secretaria para averiguação dos fatos e as devidas providências”, sem citar o ocorrido.
Indagada sobre a ausência da Secretaria de Assistência Social nas ações junto aos moradores, a Prefeitura também foi evasiva.
“A partir do momento que a Secretaria de Assistência Social é acionada, há uma equipe técnica para a intervenção, composta por assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros. A GCM pode ser acionada para acompanhar esta equipe. Ao chegar no local, é identificada a questão social e realizada a escuta qualificada, identificando a demanda e suas necessidades realizando, desta maneira, os encaminhamentos necessários a nossa rede. Ressaltamos que o município oferta um serviço de acolhimento na Casa de Acolhida com Esperança, visando a proteção da pessoa em situação de rua. Lembrando que a adesão ao serviço é voluntária. Sendo assim, o plano de ação é realizado por uma equipe multidisciplinar composta pelas secretarias municipais de Assistência Social, Saúde e Segurança Pública visando sempre o bem-estar da pessoa em situação de rua”, detalhou o plano de trabalho, sem deixar claro se em ambas as ações da GCM houve acompanhamento dos profissionais de assistência.
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