Auricchio revelou
déficit orçamentário de R$ 100 milhões
Em 48 minutos de apresentação do balanço da situação da Prefeitura
de São Caetano, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) revelou uma série de
questionamentos contra a gestão do ex-prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Em ato
realizado no auditório do Departamento de Águas e Esgotos (DAE), nesta
quinta-feira (19), o tucano anunciou a demissão de 1.300 funcionários, além de
revelar que alguns servidores ganhavam R$ 40 mil por mês.
O ato começou com atos já anunciados como a devolução de 43 carros
alugados e a redução da tarifa de ônibus de R$ 4,10 para R$ 3,70. Na sequência,
Auricchio (foto) revelou que o contrato com empresa responsável pelo transporte
público, VIPE, foi prorrogado por mais 10 anos. O aditamento foi feito no dia
30 de dezembro, mesmo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) ter julgado o
contrato anterior como irregular.
Ainda sobre a tarifa, o prefeito sul-são-caetanense ainda revelou
que uma planilha real será estudada e apresentada aos demais prefeitos da
região no Consórcio Intermunicipal Grande ABC, fato que pode trazer uma unidade
sobre a decisão ou não do aumento da tarifa em cada município. Santo André foi
a única cidade que manteve o reajuste aplicado no final do ano passado.
O chefe do Palácio da Cerâmica revelou que existe um déficit
orçamentário de R$ 100 milhões e voltou a dizer que o orçamento de R$ 1 bilhão
para este ano foi “superestimado” e que o município teria, na realidade, um
orçamento entre R$ 800 milhões e R$ 850 milhões. Auricchio também apresentou
seu plano para tentar ter em caixa R$ 200 milhões para o pagamento das
obrigações.
21% do orçamento foi contingenciado. 1.300 funcionários entre
comissionados e terceirizados foram demitidos. Auricchio revelou que entre os
demitidos, 200 não foram encontrados para receber a carta para comparecer à
Prefeitura para receber a demissão. Sendo que boa parte não reside na região. A
economia com o funcionalismo está estimada em R$ 10 milhões por mês.
Também foram suspensas as horas extras, os aditamentos em
contratos, além dos concursos públicos. Outro objetivo da Prefeitura é
renegociar os contratos para gerar 25% de economia. Sobre as dívidas, o
prefeito de São Caetano divulgou que foram abertos 80 processos de credores,
que no total cobram R$ 100 milhões. O tucano revelou que existem problemas
documentais nos contratos realizados.
Auricchio também relembrou os problemas com os funcionários fantasmas
e a contratação de funcionários que tinham um salário de R$ 40 mil. O
superfaturamento na compra de medicamentos que chegou a 500%, além de
pagamentos irregulares feitos no DAE.
“Não estou aqui para fazer juízo de valor, até porque quem tem que
fazer isso são os órgãos de controle. Não estamos aqui para fazer o papel de
auditor, pois não estamos aqui para fazer o papel de auditoria”, disse o
prefeito que não revelou os números de restos a pagar.
(Extraído do Repórter
Diário)
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