O Presidente da Câmara de Mauá,
Admir Jacomussi (PRP), afirmou ontem que encaminhará nos próximos dias ofício
ao governo cobrando soluções “imediadas” diante de irregularidades encontradas
no sistema de transporte coletivo do município. Conforme denunciado ontem pelo
Diário, a Suzantur, operadora exclusiva do serviço desde agosto de 2014, tem
descumprido cláusulas do contrato firmado junto ao Paço, incluindo frota menor
de veículos e carros com ano de fabricação abaixo do exigido no edital.
Segundo o presidente da Casa, a
expectativa é a de que, com o documento em mãos, o prefeito Atila Jacomussi
(PSB) seja pressionado a agir rápido e acionar judicialmente a Suzantur a
cumprir o que está previsto em contrato. “Se o edital fala, a empresa tem que
cumprir. São dois anos e meio de operação na cidade. Já passou há muito tempo o
período de adaptação. A Prefeitura precisa cobrar todos os itens irregulares”,
avaliou o presidente.
Pai de Atila, o vereador declarou
ontem que o sistema de transporte coletivo “necessita de uma profunda
avaliação” por parte da Prefeitura. “O modelo anterior com duas empresas operando
as linhas de ônibus gerava uma concorrência saudável e com isso os usuários
eram os maiores beneficiados. Os problemas enfrentados hoje evidenciam falhas
no sistema atual (de monopólio). Assim como o prefeito disse em campanha, é
necessário rever tudo isso, mas a princípio precisamos cobrar a empresa a
cumprir as obrigações contratuais.”
Após dois anos e meio de operação no
município, a Suzantur tem colecionado no seu histórico série de polêmicas e
irregularidades no gerenciamento no transporte coletivo de Mauá.
Ainda no início de sua operação na
cidade, a empresa, comandada pelo empresário Claudinei Brogliato, foi acusada
de descumprir edital que previa circulação de veículos novos em Mauá. Documento
assinado na época pelo ex-prefeito Donisete Braga (PT) revelou a existência de
coletivos fabricados antes de 2014, o que afrontava as regras contratuais. O
problema, novamente, foi verificado ontem pelo Diário. Ao menos sete veículos
fabricados em 2012 e 2013 seguem rodando pela cidade.
Não satisfeitos com o modelo atual,
usuários relatam insatisfação com o serviço citando problemas no intervalo
entre os coletivos e no sistema de bilhetagem, gerenciado pela Suzantur.
Desde quando assumiu a operação do
transporte coletivo, a empresa já promoveu a extinção de uma linha de ônibus e
a redução de itinerário em outras três. O fato gerou reclamações por parte de
usuários.
O ingresso da Suzantur em Mauá é até
hoje alvo de polêmica dentro da administração municipal. No início do governo
do ex-prefeito Donisete Braga, em 2013, o petista descredenciou as
concessionárias que atuavam no município, a Leblon e a Cidade de Mauá, alegando
invasão no sistema de bilhetagem – o caso ainda é questionado na Justiça. Na
época, o processo chegou a causar divergências dentro do próprio governo, já
que o município tinha como padrão duas empresas no controle do sistema.
Extraído do Diário do Grande ABC - Daniel Macário
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