Sistema antifraude começou a operar em dezembro e tem os dados atualizados diariamente
O novo sistema de combate a fraudes
no seguro-desemprego implantado pelo Ministério do Trabalho no final de
dezembro identificou 5.257 pedidos fraudados em São Paulo até esta
segunda-feira (10), num total de R$ 31.117.111 bloqueados. O estado é o que
apresenta maior número de fraudes identificadas pelo Ministério. Com a maior
população do país, é seguido de Maranhão, com 3.733 casos, e Alagoas, com
2.386.
De acordo com o ministro do
Trabalho, Ronaldo Nogueira, o sistema permite acompanhar todo o processo entre
o pedido do benefício e o pagamento feito pela Caixa. A plataforma vai
possibilitar uma economia estimada em até R$ 1,25 bilhão aos cofres públicos em
2017. “Além de poupar recursos dos contribuintes, o combate às fraudes assegura
que o benefício seja pago a quem realmente precisa, que é o trabalhador que
perdeu o emprego”, afirmou.
VEJA O RANKING:
ESTADO
|
NÚMERO DE PEDIDOS
|
SP
|
5.257
|
MA
|
3.733
|
AL
|
2.386
|
GO
|
2.145
|
PA
|
1.568
|
BA
|
1.455
|
CE
|
871
|
PI
|
764
|
DF
|
714
|
RJ
|
430
|
SE
|
348
|
PR
|
332
|
RN
|
291
|
MG
|
269
|
PE
|
222
|
RS
|
142
|
PB
|
106
|
SC
|
86
|
AP
|
77
|
AM
|
71
|
TO
|
41
|
MT
|
27
|
ES
|
26
|
AC
|
19
|
MS
|
11
|
RO
|
8
|
A base para o rastreamento é o
CPF do trabalhador, o que também ajudará a reduzir problemas de duplicidade de
matrícula no Programa de Inclusão Social (PIS). "A ferramenta fará
integração com todas as bases de dados do Ministério do Trabalho, Receita
Federal, Caixa Econômica Federal, entre outras. Isso vai proporcionar mais
precisão e qualidade das informações, possibilitando maior agilidade no combate
a esse tipo de crime", explica o ministro Ronaldo Nogueira.
Ele lembra que as fraudes
provocam a perda de recursos destinados a trabalhadores demitidos, que dependem
do seguro-desemprego até voltarem ao mercado de trabalho. “Até agora não havia
nenhum tipo de ferramenta que analisasse, em tempo hábil, os pagamentos
indevidos relacionados a fraudes", diz. Isso porque, quando se
identificava um requerimento suspeito, não havia como impedir a liberação
enquanto não se confirmasse a fraude. “O seguro-desemprego existe desde 1986 e
nunca se fez nada nesse porte”, frisa o ministro. O investimento no sistema
antifraude foi de R$ 72 milhões.
Acesso ao benefício - O
ministro Ronaldo Nogueira informou ainda que a nova ferramenta irá possibilitar
que, a partir de 2018, o trabalhador demitido sem justa causa tenha acesso ao
seguro-desemprego sem precisar comparecer às agências do Ministério do
Trabalho. O empregador informará a demissão sem justa causa por meio do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que passará a ser diário.
A partir daí, a ferramenta analisará se esse trabalhador preenche os requisitos
do seguro-desemprego. Em caso positivo, ele receberá informações via SMS, email
e telefone sobre o andamento do processo de acesso ao benefício, até o momento
do saque.
Trilhas de dados - Para
implantar o sistema antifraudes, o Ministério do Trabalho reestruturou a
Coordenação Geral de Informática (CGI), adquirindo equipamentos e softwares que
vão permitir a análise e auditoria de um grande volume de dados de todo o País.
A plataforma faz o cruzamento das
informações, construindo “trilhas” para a análise de amostras dos requerimentos
de seguro-desemprego. Neste momento, está em operação apenas uma “trilha” de
rastreamento, mas até julho deste ano, estarão implantadas mais de 30, que
permitirão verificar um maior número de fraudes.
“Será possível acompanhar todo o
processo, desde o momento em que o trabalhador faz o requerimento, seguindo o
tráfego da informação na Dataprev e no Ministério do Trabalho, até o pagamento
do seguro-desemprego pela Caixa”, explica Ronaldo Nogueira.
As fraudes comprovadas são
comunicadas à Polícia Federal. Quem tiver o seguro-desemprego bloqueado será
comunicado e deverá procurar o Ministério do Trabalho, pois existem casos em
que o próprio trabalhador não sabe que seus dados foram utilizados por
fraudadores.
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