Dinheiro
por caixa dois seria para as campanhas municipais de 2012
e em 2014, para a candidatura estadual de
Carlos Chagas
Guilherme Pamplona Paschoal, que
ocupava a direção regional da Odebrecht Ambiental no ABC, fez delação premiada
em depoimento prestado à Procuradoria da República no Pernambuco. Em vídeo
gravado e postado no portal G1, o delator narra como foi distribuída a propina
em Mauá nas eleições de 2012 e 2014.
De acordo com Paschoal, em 2012 os
beneficiados foram os então candidatos a prefeito Donisete Braga (PT) e Vanessa
Damo (PMDB), respectivamente receberam por caixa dois, R$ 1 milhão e R$ 900
mil. Os recursos seriam para que, se eleitos, os candidatos não criassem “ambiente
desfavorável” à Odebrecht Ambiental que já trabalhava no município desde 2008,
através de uma PPP (Parceria Pública Privada) gerindo a rede de esgotos da
cidade, inclusive na construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgotos). A
empresa já havia investido R$ 150 milhões no município.
Segundo o delator, para Donisete, com
o qual na primeira vez tratou pessoalmente, a verba de R$ 1 milhão foi
parcelada e repassada ao então assessor Edilson de Paula, quem intermediou todo
o processo, inclusive quem recebera senha, datas e horas para os contatos.
Já no caso de Vanessa, Paschoal disse
que não a conhece pessoalmente e que todo o dinheiro – R$ 900 mil, foi
solicitado e entregue ao hoje seu ex-marido, quem chamou de Júnior Orosco (José
Carlos Orosco Júnior).
Além de informações detalhadas,
Paschoal revelou os codinomes que a empresa utilizava nas planilhas de
pagamento. Donisete teria dois codinomes, “Guloso” e “Chegado” e Vanessa era
tratada por “Pistoleira”.
2014
Em 2014, nas
eleições a presidente, senadores, governadores e deputados, Paschoal disse que
foi procurado por Edilson, então secretário municipal e Donisete, já prefeito,
solicitando recursos para a campanha eleitoral. Edilson teria recebido R$ 150
mil, em caixa dois, a ser utilizado na campanha do deputado estadual Carlos
Chagas. Donisete ficou com R$ 300 mil segundo o delator, para viabilizar apoio
às bases políticas na cidade. Disse ainda que não sabia se fora atribuído
codinome a Carlos Chagas.
PPP da água
Guilherme Paschoal ainda depõe sobre a
conhecida PPP da água em Mauá, com contrato assinado entre Prefeitura e
Odebrecht em junho de 2016, ainda no governo Donisete. O delator afirma que
aguarda OS (Ordem de Serviço) a ser emitida pelo atual governo de Atila
Jacomussi, que depois que assumiu em janeiro último, praticamente “congelou” o
contrato.
Guilherme Pamplona Paschoal |
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