segunda-feira, 24 de abril de 2017

Guilherme Paschoal afirma que repassou dinheiro a Donisete e Vanessa

Dinheiro por caixa dois seria para as campanhas municipais de 2012 e em 2014, para a candidatura estadual de Carlos Chagas

Guilherme Pamplona Paschoal, que ocupava a direção regional da Odebrecht Ambiental no ABC, fez delação premiada em depoimento prestado à Procuradoria da República no Pernambuco. Em vídeo gravado e postado no portal G1, o delator narra como foi distribuída a propina em Mauá nas eleições de 2012 e 2014.

De acordo com Paschoal, em 2012 os beneficiados foram os então candidatos a prefeito Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB), respectivamente receberam por caixa dois, R$ 1 milhão e R$ 900 mil. Os recursos seriam para que, se eleitos, os candidatos não criassem “ambiente desfavorável” à Odebrecht Ambiental que já trabalhava no município desde 2008, através de uma PPP (Parceria Pública Privada) gerindo a rede de esgotos da cidade, inclusive na construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgotos). A empresa já havia investido R$ 150 milhões no município.

Segundo o delator, para Donisete, com o qual na primeira vez tratou pessoalmente, a verba de R$ 1 milhão foi parcelada e repassada ao então assessor Edilson de Paula, quem intermediou todo o processo, inclusive quem recebera senha, datas e horas para os contatos.

Já no caso de Vanessa, Paschoal disse que não a conhece pessoalmente e que todo o dinheiro – R$ 900 mil, foi solicitado e entregue ao hoje seu ex-marido, quem chamou de Júnior Orosco (José Carlos Orosco Júnior).

Além de informações detalhadas, Paschoal revelou os codinomes que a empresa utilizava nas planilhas de pagamento. Donisete teria dois codinomes, “Guloso” e “Chegado” e Vanessa era tratada por “Pistoleira”.

2014

Em 2014, nas eleições a presidente, senadores, governadores e deputados, Paschoal disse que foi procurado por Edilson, então secretário municipal e Donisete, já prefeito, solicitando recursos para a campanha eleitoral. Edilson teria recebido R$ 150 mil, em caixa dois, a ser utilizado na campanha do deputado estadual Carlos Chagas. Donisete ficou com R$ 300 mil segundo o delator, para viabilizar apoio às bases políticas na cidade. Disse ainda que não sabia se fora atribuído codinome a Carlos Chagas.

PPP da água

Guilherme Paschoal ainda depõe sobre a conhecida PPP da água em Mauá, com contrato assinado entre Prefeitura e Odebrecht em junho de 2016, ainda no governo Donisete. O delator afirma que aguarda OS (Ordem de Serviço) a ser emitida pelo atual governo de Atila Jacomussi, que depois que assumiu em janeiro último, praticamente “congelou” o contrato.



Guilherme Pamplona Paschoal






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