Secretário de Habitação é irmão do vereador Severino do
MSTU. Foto: Andréa Iseki
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A imprensa regional, nos últimos 3 meses cerca de 3 mil
famílias participaram de ocupações em Mauá. As duas principais invasões
realizadas em Mauá neste ano são na estrada do Relegado, onde há 2 mil famílias
e no Jardim Kennedy onde estão mil famílias. As duas são áreas públicas.
Além das duas maiores ocupações, há outros 14 terrenos
ocupados por famílias de sem teto. O aumento do número de ocupações coincide
com a gestão do secretário de Habitação, Raimundo Cassiano de Assis, irmão do
vereador Severino de Assis, o Severino do MSTU, presidente do Movimento dos
Sem-Terra Urbanos de Mauá.
Prefeitura
Ao ser indagada sobre as ocupações que ocorreram nos últimos
meses, a Prefeitura informou que monitora 16 núcleos de ocupação irregular que
existem na cidade, sendo que quatro são invasões realizadas em terrenos
particulares e as outras 12 áreas em áreas públicas.
A Prefeitura de Mauá afirmou por meio de nota que trabalha
para garantir “moradia digna” para os moradores. “A Secretaria de Habitação tem
se empenhado na regularização de áreas irregulares, como do Jardim Oratório,
onde 126 famílias receberam o título de posse de suas casas. O programa Moradia
Legal deve garantir a documentação para um total de 800 famílias que hoje
enfrentam incertezas jurídicas”, concluiu.
“A Prefeitura de Mauá tem destacado funcionários para
acessarem esses núcleos e fazerem pesquisas sobre número de famílias que ocupam
atualmente o local. A ideia é compor um novo estudo para que sejam apresentadas
soluções para reintegrar o terreno e alocar as famílias em programas sociais e
moradias legais”, informou a Prefeitura.
De acordo com o governo, neste ano, foram feitas três ações
que garantiram recuperação do terreno ocupado irregularmente, sendo uma no
Jardim Canaã, uma no Parque das Américas e uma no Oratório.
“Nas ações realizadas no Jardim Canaã e no Jardim Oratório
foi feito trabalho em conjunto com as Secretarias de Meio Ambiente, Serviços
Urbanos, Defesa Civil e Guarda Civil Municipal. As famílias retiradas foram
atendidas e cadastradas pela Secretaria de Ação Social e Cidadania para serem
incluídas em programas de renda. Já na ação realizada no Parque das Américas, a
Prefeitura garantiu a reintegração de posse sem a necessidade de retirar
famílias do local”.
MTST
A coordenadora Nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores
Sem-Teto), Maria das Dores, afirmou ter conhecimento do aumento de ocupações em
Mauá, em 2017. A coordenadora relatou que neste ano o MTST não organizou
nenhuma ocupação na cidade. “Temos informação do estouro de ocupações em Mauá,
mas não temos conhecimento de quem tem organizado”, disse.
Maria das Dores salientou que o MTST “está focado”
atualmente em dialogar com a Prefeitura sobre um projeto que prevê a construção
de 1,6 mil moradias em uma área da Dersa (Departamento Rodoviário S.A) e que
serão destinadas para famílias cadastradas no programa Minha Casa Minha Vida.
“O déficit habitacional é grande no município e o governo precisa ter um olhar
para a solução do problema”, disse.
Em 2015, o MTST organizou uma ocupação dessa área, mas houve
acordo com a Dersa. Com a promessa de que o terreno de 243 mil m², no Jardim
Oratório, seria destinado para a construção de moradias, 2 mil famílias que
estavam no local desocuparam pacificamente o terreno em 2016. O terreno fica às
margens de um dos acessos ao Trecho Sul do Rodoanel.
Extraído do ABCDMaior, por: Gislayne Jacinto
Duas mil famílias desocuparam área da Dersa em 2016 com
promessa de construção de moradias. Foto: Rodrigo Pinto
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