Em meio ao cenário de crises econômica e política pelas quais o País atravessa, se tem uma notícia boa. Na contramão da turbulência, a Scania criou 500 postos de trabalho na planta de São Bernardo. Isso significa ampliar em 15,6% o efetivo de sua fábrica da região, composta por cerca de 3.200 trabalhadores. De acordo com a montadora sueca, a geração de emprego visa atender às exportações, que correspondem a 70% do que é produzido na fábrica.
Até 2015, a unidade direcionava apenas 30% da produção para o Exterior. Com o agravamento das dificuldades da economia nacional e o aumento da demanda em outros países, o cenário mudou. “Essa proporção foi invertida aos poucos, pela primeira vez vamos transportar cabinas para a nossa unidade na Holanda”, disse o vice-presidente da Logística da Scania na América Latina, Marcelo Gallão.
Cerca de 80% das vagas já foram preenchidas, isso significa que ainda restam em torno de 100 postos a serem ocupados. Interessados na oportunidade devem se cadastrar no site www.scanialatinamerica.com.br. Há chances para atuar nas áreas fabril, de montagem, logística e produção.
“Como temos um produto global e fábricas padronizadas em todo o mundo, foi possível direcionar nosso volume para atender a demanda de outros países”, complementou Gallão. O Brasil é plataforma de exportação para 30 países na América Latina, Oriente Médio, África e Ásia.
Por esse motivo, a fábrica são-bernardense, que confecciona caminhões, ônibus e motores desde 1962, é a ‘menina dos olhos’ da companhia sueca, que receberá até 2020 investimento de R$ 2,6 bilhões. Os recursos serão direcionados para o desenvolvimento de novos produtos, além da modernização industrial e da rede de concessionárias.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Carlos Caramelo, funcionário da área de logística da Scania há 25 anos, boa parte do reforço em aportes e operários será nas áreas de pintura e solda. “A planta de São Bernardo é uma das mais competitivas do mundo.”
Questionado a respeito da expressiva geração dos empregos, o prefeito Orlando Morando (PSDB) justificou que a realidade vivida pela Scania é diferente das demais empresas do ramo automotivo. “As outras montadoras dependem muito do mercado interno, da economia local, é por isso que acabam sofrendo mais nesse sentido”. O município também conta com fábricas da Mercedes-Benz, Volkswagen, Toyota e Ford.
MERCADO - De acordo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o mercado registrou em abril o licenciamento de 3.500 caminhões – carro-chefe das exportações da Scania, queda de 15,5% em comparação a março.
Em contrapartida, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no acumulado do ano, as vendas ao Exterior aumentaram 43,3% ao se comparar as 8.400 unidades com as 5.800 registradas na mesma época de 2016.
Já em termos de produção, o quarto mês do ano se mostrou estável ante março, ambos com 5.900 caminhões. No acumulado do ano, a indústria produziu 21,6 mil unidades, alta de 6,5%.
Fonte: Diário do Grande ABC
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