De acordo com notícia veiculada neste
domingo pelo jornal, contratos da Odebrecht, hoje
adquirida pela BRK Ambiental, estariam sendo revistos com grande possibilidade
de serem rompidos em Mauá. A Odebrecht é
uma das principais empresas acusadas de desvios e pagamentos em propina na
operação Lava Jato, envolvendo também políticos da cidade como o ex-prefeito
Donisete Braga, a ex-deputada Vanessa Damo e membros do alto escalação do
governo petista, entre 2012 e 2016.
Segundo o DGABC o atual prefeito de Mauá, Atila Jacomussi
(PSB), revou que “estuda romper todos os contratos com a BRK Ambiental, antiga
Odebrecht Ambiental. Executivos da empresa, que já opera o sistema de esgoto no
município, denunciaram à Operação Lava Jato terem feito doações ao ex-prefeito
Donisete Braga (PT) na eleição de 2012 em troca de manter acordos com o Paço e
serem beneficiados na PPP (Parceria Público-Privada), que privatizaria a
distribuição de água na cidade. O suposto esquema foi denunciado pelo
ex-executivo da companhia Guilherme Pamplona Paschoal, em delação ao MPF
(Ministério Público Federal). Atila avalia que, por conta das denúncias, os
convênios ficaram “contaminados”. “Qualquer governo sério e qualquer homem
público que preza pelo patrimônio público e pelo direito do cidadão, não pode
pavimentar sua história e a da cidade com uma empresa que infelizmente está
totalmente ligada à Lava Jato”.
O possível rompimento unilateral com a antiga Odebrecht
Ambiental ainda está em análise do setor de contratos e concessões da
Secretaria de Assuntos Jurídicos do Paço. Segundo o prefeito, a empresa será
ouvida para apresentar suas alegações. “Queremos resolver esse impasse até
julho.”
Apesar de a concessão do gerenciamento do esgoto municipal à
Odebrecht Ambiental (nome da firma antes de ser comprada pela Brookfield) ser
bem anterior ao pleito de 2012 – a privatização do serviço ocorreu em 2003,
durante o governo de Oswaldo Dias (PT) – e a delação de Paschoal citar possível
favorecimento à firma na PPP da água, até mesmo o contrato do saneamento está
na mira do Paço. “A partir do momento que a Odebrecht foi citada num suposto
envolvimento em escândalo na abertura de licitação da PPP, temos de rever todos
os contratos, inclusive anteriores, para que a gente possa rever com cuidado se
nesse primeiro contrato feito pela Prefeitura (em 2003) a empresa cumpriu todas
as metas estabelecidas. Isso tudo tem de ser revisto.”
A entrega da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) à
iniciativa privada, por meio de PPP, começou a ser discutida ainda no primeiro
ano do governo Donisete, em 2013. O fato, inclusive, pesou no rompimento entre
o Atila, então superintendente da autarquia, e a gestão petista. Durante os
três últimos anos do governo Donisete o processo caminhou a passos lentos. A
Sabesp (Companhia Saneamento Básico do Estado de São Paulo) conseguiu paralisar
a licitação diversas vezes no TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas no ano
passado o Paço conseguiu destravar o certame, que teve como única interessada a
Odebrecht Ambiental. A parceria previa investimento de R$ 150 milhões ao longo
de três décadas para renovação do sistema de distribuição de água na
cidade.”
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